Maurício Lima
Do nascimento à morte, essa é a quantidade de detritos que cada brasileiro vai produzir
Foto: Nellie Solitrenick/Montagem de Beto Nejme sobre foto de Marisa Uchiyama
A maioria das pessoas pensa que basta jogar o lixo na lata e o problema da sujeira vai estar resolvido. Nada disso. O problema só começa aí.
Você já reparou na quantidade de sujeira que se acumula na lata de lixo da sua casa nos fins de semana? Pois é. De lata cheia em lata cheia, cada brasileiro que viva até os 70 anos de idade vai produzir 25 toneladas de detritos.
Como a família média no país é formada por quatro pessoas, cada lar irá fabricar 100 toneladas de lixo. São números pavorosos, mas pouca gente dá atenção a isso até que o lixo — feito um vulcão aparentemente extinto — dê sinais de vida. Foi o que aconteceu em São Paulo, durante as enchentes dos últimos dias. O lixo foi apontado como o maior responsável pela tragédia. A intensidade de chuva que caiu sobre a cidade foi semelhante a da última grande enchente, ocorrida em 1988. Ou seja, não havia mais água do que há onze anos. Havia, sim, mais lixo, cuja produção dobrou nesse período. Como ele estava em toda parte, entupiu bueiros, diminuiu a vazão de água e ajudou a piorar o caos. "Não há dúvida de que esse é um dos maiores problemas da sociedade moderna. É uma bomba-relógio", diz Sabetai Calderoni, economista da Universidade de São Paulo e autor de livros sobre o tema.
O lixo é um indicador curioso de desenvolvimento de uma nação. Quanto mais pujante for a economia, mais sujeira o Brasil vai prodizir. É sinal de que o país está crescendo, de que as pessoas estão consumindo mais. Segundo um levantamento feito pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, Abrelpe, o brasileiro passou a produzir muito mais lixo depois do Plano Real. A cidade de Salvador teve um aumento de 40% na coleta de detritos. Em São Paulo, o crescimento foi de 13%. Os cariocas assim como os curitibanos, jogaram 22% mais coisas fora. Por dia, calcula-se que o brasileiro produza 1 kg de lixo domiciliar. Ainda estamos longe dos americanos com seus inacreditáveis 3 quilos por pessoa, mas já ultrapassamos países da União Européia (veja tabela).
Produção diária de lixo per capta de alguns países
A questão é que as grandes cidades brasileiras não têm estrutura para encarar esse crescimento e se encontram perto de um limite. As prefeituras estão sem dinheiro para a coleta e já não há mais lugar onde jogar lixo. São Paulo, por exemplo, tem cinco dos seus sete aterros sanitários lotados. Os dois que restam, de acordo com as previsões mais otimistas, devem durar apenas mais quatro anos. Nesse momento, assemelham-se a uma panela de pipoca, onde o milho ameaça transbordar.
O probelma ganha uma dimensão mais perigosa por causa da mudança no perfil do lixo. Há cinquenta anos, os bebês, como o que aparece na fotografia, utilizavam fraldas de pano, que não eram jogadas fora. Tomavam sopa feitas em casa e bebiam leite mantido em garrafas reutiizáveis. Hoje, os bebês usam fraldas descartáveis, tomam sopas em potinhos que são jogados fora e bebem leite embalado em tetra pak. Ao final de uma semana de vida, o lixo que eles produzem equivale, em volume, a quatro vezes o seu tamanho.
Na metade do século, a composição do lixo era predominantemente de matéria orgânica, de restos de comida. Com o avanço da tecnologia, materiais como plásticos, isopores, pilhas, baterias de celular e lâmpadas são presença cada vez mais constante na coleta. Em 1986, existia em todo o planeta apenas 1,3 milhão de linhas de celular. Hoje são 135 milhões e daqui a sete anos serão 850 milhões de linhas. Todas consumindo baterias altamente tóxicas para a saúde pública quando jogadas de qualquer maneira nos lixões. Levando-se em consideração que o Brasil tem 7 milhões de linhas de celular e que 70% do lixo brasileiro é jogado a céu abeerto, a contaminação dos lençóis freáticos locaisados abaixo desses não pára de crescer.
No Brasil, só 1% do lixo é reciclado. Quase 70% é coletado e jogado a céu aberto
Foto: Antonio Milena
Dar um destino adequado ao lixo é um dos grandes desafios da administração pública em todo o mundo. No Japão, onde não há lixões, parte dos detritos é colocada em barcos e enviada para países vizinhos que cobram pelo serviço. Em Nova York, são aplicadas multas de até 300 dólares para o cidadão que não faz a triagem em casa separando papéis, latas, plásticos e vidros. A maior parte do lixo vai para o aterro sanitário de Staten Island também de barco. O mau cheiro toma conta do lugar, parte do Brooklyn e às vezes, dependendo do vento, volta para Manhattan. No Brasil, o problema vem sendo enfrentado de forma inadequada e improvisada. Boa parte do lixo é simplesmente jogada em grandes terrenos, isso quando chega a ser coletado. Calcula-se que 30% do lixo brasileiro fique espalhado pelas ruas das grandes cidades. Basta um passeio pelo centro de qualquer capital para perceber o grande número de sacos plásticos, papéis e todo tipo de sujeira pelo chão. O brasileiro ainda não joga o lixo no lixo. "Jogados assim, os detritos podem provocar um grande número de doenças. Entre elas, febre tifóide, leptospirose e as infecções de pele", diz o professor José Luiz Mucci, do departamento de saúde ambiental da Universidade de São Paulo.
Poucas são as cidades que estão investindo pesado numa solução mais definitiva. A saída ideal está na reciclagem e na montagem de usinas geradoras de energia. Em Curitiba, existe uma fábrica que recicla os inimigos da natureza(veja quadro ao lado).Em Madri, capital da Espanha, 50.000 habitantes recebem energia elétrica gerada a partir da reciclagem do lixo. O sistema transforma montanhas de detritos em gás metano. Esse gás vai para uma minitermelétrica que faz a conversão para eletricidade. "Com 15 milhões de dólares você monta uma usina que consome 250 toneladas de lixo por dia e gera energia para 50.000 pessoas", diz Sabetai Calderoni.
Bom negócio – Nos Estados Unidos, a indústria de reciclagem do lixo fatura 120 bilhões de dólares por ano. É um resultado equivalente ao das montadoras de carros americanas, mas com margens de lucro maiores. […]. no Brasil, os números são bem mais modestos. O economista Calderoni fez a conta no livro “Os bilhões Perdidos no Lixo” e mostrou que o país fatura hoje 1,2 bilhão de dólares por ano com essa atividade. Esse número poderia ser de 5,8 bilhões de dólares em pouco tempo.
Falar de lixo é tão etéreo quanto falar de água encanada. As pessoas não têm consciência de como ela vem ou para onde vai. Com a sujeira, a única vontade é que desapareça o mais rápido possível para longe dos olhos. Esse é um sentimento natural. No Brasil, menos de 1% do lixo é reciclado. É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que encontrar uma casa com cinco lixeiras diferentes, uma para cada tipo de detrito. Na França, o consumidor está adotando novo conceito na hora de fazer as compras: a possibilidade de reutilização das embalagens. Em vez de levar o leite de caixinha, um movimento de donas de casa recomenda a compra de uma garrafa plástica que pode ser reaproveitada depois. Os empresários já estão produzindo embalagens retornáveis que são procuradas pelo consumidor graças aos descontos: é o chamado selo verde. Lá, eles já perceberam que não se acaba com o lixo atirando-o na lata. O problema começa ali.
Conhecendo um pouco mais.
Orgânico e inorgânico
Ao falarmos em lixo orgânico, nos referimos aos restos de animais e vegetais, principalmente as sobras de alimentos. Esses materiais se decompõem em curto prazo e, por isso, podem ser transformados em algum tipo de adubo. Essa classificação de “lixo orgânico” não coincide com a utilizada na Química. Em Química, orgânica é a área que estuda as substâncias de carbono, e inorgânica a área que estuda as substâncias dos demais elementos químicos.
Fonte de texto e imágens: http://veja.abril.com.br/170399/p_060.html?17/02/2010/20:07(Notícia extraída da revista Veja n. 1589,p. 60-2, 17 mar. 1999/Maurício Lima.)
OBSERVAÇÃO
Esta postagem possui fins didáticos. Faz parte da prova que se encontra abaixo. Sua escolha se deve por conta de que, apesar de ter sido publicado em março de 1999, tem tudo a ver com o que tem acontecido com o Estado de São Paulo, como também com outros, nos últimos dois meses, inclusive com o que aconteceu hoje no retorno do carnaval dos moradores de São Paulo que haviam viajado.
- TESTE 01
- TESTE 02
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
UM BEBÊ = 25 TONELADAS DE LIXO
domingo, 14 de fevereiro de 2010
GABARITO TESTE SOBRE METAIS, SOCIEDADE E AMBIENTE
01. E
02. D
03. E
04. C
05. A
06. B
07. B
08. C
09. D
10. A
02. D
03. E
04. C
05. A
06. B
07. B
08. C
09. D
10. A
Gabarito TESTE SOBRE LIXO: MATERIAL QUE SE JOGA FORA?
Não disponível no memento.
desculpe-me por decepcioná-lo.
desculpe-me por decepcioná-lo.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
TESTE SOBRE LIXO: MATERIAL QUE SE JOGA FORA?
01. Pela leitura do texto lixo é:
a) É tudo aquilo que não preciso no momento mas que algum dia poderei precisar.
b) É tudo aquilo que me sobra.
c) São todas aquelas coisas que já não servem mais.
d) É tudo aquilo que não preciso no momento mas que algum dia alguém poderá precisar.
e) E tudo aquilo que tem mau cheiro.
02. Pelo que lemos no texto, estatisticamente, qual é o percentual dos resíduos urbanos que efetivamente é lixo de verdade?
a) 95%
b) 5%
c) 30%
d) 70%
e) 26%
03. Qual é a quantidade de lixo que cada pessoa pode chegar produzir a cada dia?
a) 5 kg
b) 10 kg
c) 15 kg
d) 2 kg
e) 1 kg
04. Qual dos itens abaixo não é característica dos lixões?
a) São mantidos em grandes áreas.
b) São normalmente afastado.
c) Recebem toda sorte de resíduos.
d) Recebem resíduos dos mais diversos lugares.
e) Recebem material que é higienizado previamente.
05. Por ser mal acondicionado nos lixões, o lixo permanece livre no ambiente ele é responsável por várias mazelas, exceto:
a) contaminação do solo
b) contaminação dos lençóis subterrâneos de água
c) proliferação de insetos
d) Assepsia anti-contaminação
e) Proliferação de seres vivos transmissores de doenças.
06. Qualquer lugar em que o lixo esteja acumulado inadequadamente é propício à disseminação das mais diversas e graves doenças. Uma das doenças abaixo não é consequencia direta deste fato.
a) Influenza A (H1N1)
b) Dengue
c) febre amarela
d) cólera
e) peste bubônica
07. Quantos tambores de rejeitos nucleares encontram-se em um depósito considerado provisório em angra dos Reis desde 1981?
a) mais de 1 000
b) mais de 2 000
c) mais de 6 000
d) mais de 7 000
e) mais de 10 000
08. Por que existem pessoas trabalhando em lixões?
a) é um trabalho como outro qualquer
b) situação socioeconômica do Brasil, resultante do baixo nível de escolarização da população, da sua no qualificação profissional e da má distribuição de renda.
c)Ao longo dos anos, o lixo passou a ser uma questão de interesse global
d) Para resolver grande parte dos problemas relacionados ao lixo
e) o trabalho que fazem é fundamental para aumentar a renda de suas famílias
09. Quanto pode chegar a ganhar uma criança que trabalha o mês inteiro num lixão?
a) de R$ 30,00 a R$ 180,00
b) de R$ 30,00 a R$ 150,00
c) de R$ 60,00 a R$ 180,00
d) de R$ 60,00 a R$ 150,00
e) de R$ 1,00 a R$ 6,00
10. Segundo dados do Unicef, em 1998 existiam quantas crianças e adolescentes vivendo e trabalhando em lixões espalhados pelo brasil?
a) 40 000
b) 45 000
c) 50 000
d) 55 000
e) 60 000
VEJA GABARITO
LIXO: MATERIAL QUE SE JOGA FORA?
(Texto apresentado para avaliação dos alunos)
quantas vezes já ouvimos alguém dizer isso? Lixo da rua, lixo de casa, de hospital... Na televisão e nos jornais,até de lixo atômico já ouvimos falar. Mas, afinal, você sabe o que essa palavrinha quer dizer?
Se você pensar em tudo aquilo que joga fora todos os dias e no motivo de fazer isso, já estará certamente muito próximo de uma resposta. O que você faz com aqueles cadernos velhos que já não servem mais e apenas ocupa suas gavetas?e com as latinhas vazias de refrigerante, depois de um final de semana daqueles?
O destino é um só: lixo!
E agora já deu para entender o que é lixo? São restos de tudo aquilo que fazemos, no nosso dia-a-dia, e que consideramos inútil, indesejável ou descartável. São todas aquelas coisas que já não servem mais.
Daí uma pergunta: será que o seu lixo é também o meu lixo? Ou melhor, será que tudo o que não serve mais para você também não serve mais para mim?
Se prestar atenção em tudo o que acontece ao seu redor, você vai ver que nem sempre o que é considerado lixo por uma pessoa é inútil também a outra.
Nas grandes cidades, principalmente, a maior parte do que uma pessoa joga no lixo poderia ser aproveitada por outra. Dados estatísticos indicam que 95% da massa total de resíduos urbanos tem um potencial significativo de reaproveitamento, o que nos leva à conclusão de que apenas 5% do lixo urbano é, de fato, lixo.
Por incrível que pareça, cada pessoa pode chegar a produzir até mais de 1 kg de lixo por dia! Você sabe o que isso representa?
As centenas de milhares de toneladas de lixo produzidas diariamente no Brasil ficam, em sua maioria, amontoadas em grandes depósitos a céu aberto: os lixões. Mantidos em grandes áreas, normalmente afastadas dos centros urbanos, esses lugares so completamente tomados por toda sorte de resíduos vindos dos mais diversos lugares, como residências, indústrias, feiras e hospitais.
Como o lixo é mal acondicionado nos lixões, permanecendo livre no ambiente ele contamina o solo e os lençóis subterrâneos de água, além de contribuir para a proliferação de insetos e ratos transmissores de doenças. Mas isso não acontece só nos lixões. Qualquer lugar em que o lixo esteja acumulado inadequadamente é propício disseminao das mais diversas e graves doenas. Dengue, febre amarela, disenteria, febre tifóide, clera, leptospirose, giardase, peste bubnica, ttano, hepatite A, malsia e esquistossomose so apenas alguns exemplos.
Nos lixões, dezenas de pessoas disputam restos que possam ser reaproveitados, garantindo o mínimo necessário sobrevivência. Adultos crianças e animais domésticos misturam-se aos dejetos, criando um ambiente favorável disseminação de doenças.
Segundo dados do IBGE de 2000, em cerca de 71,5% das cidades brasileiras com serviço de limpeza urbana, o lixo depositado em lixões. Uma pesquisa encomendada pelo Unicef em 1998 revela, ainda, que há lixões em 26% das capitais brasileiras, em 73% dos municípios com mais de 50 mil habitantes e em 70% dos municípios com menos de 50 mil habitantes. E praticamente em todos esses lixões existem pessoas trabalhando, incluindo crianças.
Segundo dados do Unicef, em 1998 existiam cerca de 45 mil crianças e adolescentes vivendo e trabalhando nos lixões espalhados pelo país. De acordo com documento do Ministério do Meio Ambiente (Criança, catador, cidado experiência de gestão participativa do lixo, Unicef, 1999), muitas das crianças nascidas no lixo são filhas de pais que nasceram ali. São meninas e meninos de diferentes idades. Desde os primeiros dias de vida são expostos aos perigos dos movimentos de caminhões e de máquinas, à poeira, ao fogo, aos objetos cortantes e contaminados, aos alimentos podres. Ajudam a seus pais a catar embalagens velhas, a separar jornais e papelões, a carregar pesados fardos, a alimentar porcos. Muitos desses meninos e meninas estão desnutridos e doentes. Sofrem de pneumonia, doenças de pele, diária, dengue, leptospirose. Nos lixões ficam sujeitos ainda a acidentes e a outros problemas, como abuso sexual, gravidez precoce e uso de drogas. Os adolescentes são frequentemente pais de uma ou duas crianças. Grande parte das crianças em idade escolar cerca de 30% nunca foi à escola. O lixo é sua sala de aula, seu parque de diversões, sua alimentação e sua fonte de renda. Ganham de R$ 1,00 a R$ 6,00 por dia, mas o trabalho que fazem é fundamental para aumentar a renda de suas famílias. Vivem em condições de pobreza absoluta. Reallizam um trabalho cruel. São crianças no lixo. Uma situação dramática e comum no Brasil .
O principal motivo de milhares de pessoas optarem por esse meio de vida é a situação socioeconômica do Brasil, resultante do baixo nível de escolarização da população, da sua no qualificação profissional e da má distribuição de renda.
E não é apenas nos lixões que a situação é muito grave. Na época das chuvas, os problemas com o lixo nas grandes cidades também aumentam consideravelmente. Bueiros entupidos por sacos de lixo e restos de muitos outros materiais não conseguem escoar toda a água e fazem com que o lixo apareça pro toda parte. com isso, grandes e desastrosas enchentes acontecem nas cidades.
Ao longo dos anos, o lixo passou a ser uma questão de interesse global. As dificuldades são as mesmas, seja aqui no Brasil, seja lá no japão: o destino do lixo e seu acondicionamento inadequado têm trazido graves problemas a todas as nações. Infelizmente, hoje podemos dizer que a questão do lixo é uma problemática internacional.
Santos, Sandra Maria de Oliveira, e outros, Projeto de ensino de Quḿica e sociedade, Nova Geração, 1a edição, S. Paulo, 2005, pág. 9.
Um bo exemplo é a questão do lixo atômico. somente a Central Nuclear de Angra dos Reis possui mais de 6 mil tambores de rejeitos nucleares em um depósito, considerado provisório, desde 1981. Para onde deveria ir esse lixo todo? Ele deve ficar nno Estado do rio de Janeiro, onde foi produzido? Ele deveria ser distribuído entre os Estados que fazem uso da energia produzida? Deveria ser enviado para outro país?
Como você pode ver, o lixo atômico é, de fato, um problema global. Até mesmo o transporte dessa carga nuclear tem envolvido diplomaticamente diversos países. O Brasil e outros países da América do Sul têm protestado contra o transporte de resíduos radioativos que é feito por navios britânicos ao longo da costa de nosso continente, em direção ao Japão. A companhia inglesa alega que o transporte é seguro. todavia, já houve acidentes, como as que ocorreram com embarcações que foram construídas com projetos modernos de alta segurança, caso dos naufrágios do titanic e do submarino russo Kursk.
Muito provavelmente, agora você deve estar pensando: mas o que tem a ver a Química com tudo isso?
Hum... Tudo a ver!
Para resolver grande parte dos problemas relacionados ao lixo, bastaria que descobríssemos maneiras eficientes de reduzir sua produção, de reaproveitá-lo e de acondicioná-lo corretamente. E então: você teria alguma idéia de como fazer isso sem pensar em recorrer ao apoio da Ciência, da tecnologia e de toda a sociedade?
domingo, 7 de fevereiro de 2010
TESTE SOBRE METAIS, SOCIEDADE E AMBIENTE
01. Existe um material que sua utilização serve como indicador do nível econômico e das classes sociais construídas por diferentes povos. Pela leitura do texto estes materiais são os(as):a) Gases nobres
b) Diversos tipos de petróleo
c) Plásticos
d) Pedras preciosas
e) Metais
02. O valor associado a uma mercadoria depende de vários fatores. Indique a opção que NÃO mostra nenhum dos fatores relatados no segundo parágrafo do texto.a) Valor de uso, risco no manuseio e impacto ambiental.
b) Domínio do processo tecnológico, valor de uso e impacto ambiental.
c) Domínio do processo tecnológico, valor de uso e custo de produção.
d) Impacto ambiental, risco no manuseio e abundância.
e) Custo de produção, valor de uso e abundância.
03. Entre os diversos metais existentes o texto destacou apenas:
a) Chumbo, ouro e prata.
b) Magnésio, manganês e cobre.
c) Sódio, ferro e zinco.
d) Lítio, césio e frâncio.
e) Alumínio, potássio.
04. Qual dos metais abaixo relacionados tem grande destaque na reciclagem, notadamente no Brasil, sendo considerado a maior estrela?a) k
b) Au
c) Al
d) Hg
e) Pb
05. Levando-se em consideração a relação de preço da sucata comentada no texto, quanto devo receber num depósito de sucata pela venda de 12,5 kg de sucata de latinha de alumínio se o preço que ele paga por quilograma de sucata de vidro é R$ 0,04?a) R$ 27,50
b) R$ 0,50
c) R$ 10,00
d) R$ 16,50
e) R$ 275,00
06. Utilizar uma pilha aparentemente é uma ação sem grandes conseqüências. Entretanto, extrair metais para a sua confecção e descartá-la de forma inadequada, pela leitura do texto, pode:
a) permitir que crianças se acidentem.
b) causar sérios danos ambientais.
c) enferrujar a superfície da Terra.
d) tornar a superfície da Terra condutora de eletricidade.
e) desmatar grandes áreas terrestres.
07. Com base no consumo de latinhas e percentual de recicladas para 2003 divulgados no texto e na tabela de população abaixo determine o número o número de latinhas que deixam de ser recicladas por ano na região centro-oeste brasileira.
a) 1 032 168 702
b) 74 180 211
c) 82 036 803
d) 289108018
e) 436 868 203
Tabela 1.1 - População recenseada e estimada, segundo as Grandes Regiões - 2007
Grandes Regiões População recenseada e estimada
Brasil
183 987 291 Norte
14 623 316 Nordeste
51 534 406 Sudeste
77 873 120 Sul
26 733 595 Centro-Oeste
13 222 854
Fonte: IBGE, Contagem da População,2007.
08. Segundo o texto, produzindo-se 400 latas de alumínio a partir de seu minério correspondente tem-se um gasto de energia que seria suficiente para produzir quantas latas de alumínio partindo da sucata de latas?a) 1 000 latas
b) 5 000 latas
c) 8 000 latas
d) 10 000 latas
e) 20 000 latas
09. A produção de metais para atender à demanda da sociedade tecnológica exige a extração de grande quantidade de minérios. Esses processos de extração agridem muito o ambiente e, se não tratados adequadamente, podem causar enorme problemas ambientais. Marque o item falso relativo aos problemas desta situação:a) Consome enormes quantidades de energia.
b) Acarreta grandes impactos ambientais por conta da queima de combustíveis.
c) Acarreta grandes impactos ambientais devido ao represamento de rios.
d) Traz grandes quantidades de divisas internacionais para o país.
e) Promove alagamento de ecossistemas.
10. A reciclagem do alumínio apresenta outras vantagens indiretas. Não constituem vantagem indireta:
a) Redução do preço ao consumidor.
b) O afloramento de questões sociais.
c) A redução da quantidade de lixo gerada.
d) incentivo a atitudes de reciclagem de outros materiais.
e) O desenvolvimento de uma consciência ambiental coletiva.
VEJA GABARITO
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
METAIS, SOCIEDADE E AMBIENTE
METAIS, SOCIEDADE E AMBIENTE(Texto apresentado para avaliação dos alunos)
A utilização de diferentes metais serve como indicador do nível econômico e das classes sociais contruídas por diferentes povos. A diminuição dos preços de metais e sua substituiçãos por materiais mais baratos têm permitido acesso a instrumentos e objetos que antes só pdiam ser utilizadosn por pessoas mais favorecidas economicamente.
O valor associado a uma mercadoria depende de vários fatores, como o domínio do processo tecnológico, o valor de uso, o custo de produção, etc. Esses valores mudam com o tempo, de forma que um metal como o alumínio, que era obtido quimicamente por meio da reação com o potássio, custava muito caro e somente era utilizado na confecção de talheres de uso pessoal de alguns nobres. Hoje, com produção muito mais barata, é largamente utilizado por pessoas de todos os níveis sociais.
Entretanto, para que seja possívl essa ampla utilização do alumínio, é preciso extrair enormes quantidades de minério, causando problemas ambintais como a devastação de florestas e a própria contaminação do ambiente por alguns metais. Além disso, tambem ocorre a emissão de poluentes derivados de indústrias metalúrgicas.
Por isso, tem surgido a necessidade de substtituir os metais por novos matriais. Muitos objetos anteriormente feitos exclusivamente de metais já são confeccionados com outras matérias-primas, principalmente com os diferentes tipos de plásticos diponíveis comercialmente.
Esse desafio tem sido enfrentado pelos químicos, que procuram cada vez mais desenvolverprocessos de substituição de materiais. A engenhosidade da Química em produzir novos materiais é tão grande que diariamente são sintetizados milhares de novas subtâncias, o que torna muito dinâmica a atividade produtiva de substituição de material.
Nos últimos anos, o desenvolvimento tecnológiconeste setor tem sido intenso, pois além de serem criados novos tipos de materiais, matérias-primas empregadas na fabricação de materiais já existentes têm sido empregadas de outras formas.
Outro aspecto importante é que as restrições impostas pelas leis ambientais têm levado os fabricantes a desenvolver novas formulações, que favoreçam o consumidor e causem menos prejuízo ao ambiente.
A utilização de um novo material ou de uma nova tecnologia deve considera não só o instante de utilização, mas também o antes e o depois. Utilizar uma pilha aparentemente é uma ação sem consequências. Entretanto, extrair metais para a sua confecção e descartá-lapode causar sérios danos ambientais.
O conhecimento científico nos aponta caminhos para resolver problemas já colocados por esse avanço tecnológico.
Tudo eige de nós, consumidores e, acima de tudo, cidadãos, uma preocupação ambiental cada vez maior. Discutir essas questões requer não somente o cohecimento químico dos processos tecnológicos de produção de materiais, como o conhecimento dos processos químicos envolvidos, mas muito mais do que isso: a compreensão da dinâmica de funcionamento de nossa sociedade, de seus valorese do sistema de distribuição de riquezas.
A produção de metais pafra atender à demanda da sociedade tecnológica exige a extração de grandes quantidades de minério. Esses processos de extração agridem muito o ambiente e, se não tratados adequadamente, podem causar enormes problemas ambientais.
Os processos de produção de metais, a partir de seus minérios, consomem enormes quantidades de energia, cuja produção em grande escala acarreta normalmente grandes impctos ambientais, por exemplo: queima de combustíveis, pelo represamento de rios e alagamentos de ecosistemas, utilização de fontes energéticas que exigem tecnologia de ponta e assim mesmo assustam po apresentarem riscos de acidentes graves, etc.
Além disso, durante a produção de energia são gerados gases e resíduos que podem contaminar o ambiente de diversas formas.
Para minimizar esses problemas existem atitudes alternativas que exigem o empenho de toda a sociedade. a primeira delas é a redução do consumo. Essa atitude não é fácil, principalmene proque vivemos em um mundo que estimula constatemente o consumo. A segunda atitude é a reutilização. Muitos objetos e aparelhos que descartamos podem ser utilizados outras vezes. A terceira é a reciclagem, ou seja, o reaproveitamento dos materiais para a produção de novos bens de consumo, dispensando ou diminuindo o consumo da matéria-prima original.
Quando se fala em reciclagem de metais, a maior estrela é o alumínio, recordista em diversos aspectos. A reciclagem depende da vida útil do objeto, que pode variar de meses (1,5 mês para latas de elumínio) a décadas (40 anos para cabos elétricos).
O primeiro ponto ao seu favor, em comparação a outros materiais, é o fato de não ser degradado durante o uso, podendo ser utilizado repetidamente em funções nobres como, por exemplo, armazenar alimentos.
A terceira e maior vantagem é o fato de que reciclar o alumínio é bem mais barato ue extraí-lo do minério. A obtenção de uma tonelada de alumínio consome apenas 5% da energia consumida na produção dessa mesma quantidade a partir do minério.
Isso equivale a produzir 20 latas a partir de sucata com a mesma quantidade de energia com que se produz uma lata a partir do minério. Em 2003, no Brasil, a economia energética, graças a reciclagem de latas de alumínio, foi próxima a 1 576 Gwh/ano, ou seja, 0,5% da energia gerada no país.
Esse mercado movimenta quase um bilhão de reais por ano, sendo que as latas correspondem a cerca da metade da sucata de alumínio reciclada.
Embora o Brasil esteja longe de ser o recordista em consumo de latas de alumínio – nossa média de consumo é de 51 latas de alumínio por habitante por ano, contra, por exemplo, 375 dos americanos – somos os recordistas mundiais na reciclagem. Em 2003, foram recicladas 89% das latas utilizadas.
A reciclagem do alumínio apresenta outras vantagens indiretas, entre as quais citamos: o desenvolvimento de uma consciência ambiental coletiva que acaba por incentivar atitudes de reciclagem de outros mateiriais; a redução da quantidade de lixo gerada; o afloramento de questões sociais, etc.
Essas questões sociais estão intimamente relacionadas ao nosso recorde em reciclagem. Há até quem diga que essa é uma indústria alimentada pela fome.
Santos, Sandra Maria de Oliveira, e outros, Projeto de ensino de Quḿica e sociedade, Nova Geração, 1a edição, S. Paulo, 2005, pág. 675.
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